Quem leu meus posts iniciais já sabe do conto da geladeira... Era uma geladeira linda e modernosa, que tinha custado os olhos da cara e com um ano uso tinha estragado pela terceira vez. Evidentemente, apesar de linda, não era uma Brastemp - era uma Bosch(ta)...
Mandei a geladeira para o conserto pela terceira vez, embora já descrente que um dia ela funcionaria de verdade, e para todo o sempre, como as geladeiras Brastemp supostamente funcionam. Fui informada de que a peça de reposição da geladeira levaria pelo menos dois meses para chegar. DOIS meses. A Fedex me entrega qualquer coisa que venha de qualquer lugar do mundo em três dias, mas a peça da geladeira Bosch(ta) leva dois meses!
Possuída por um ataque de fúria, pedi ao SAC da Bosch que me informasse onde fica a lixeira da fábrica, pois estava decidida a mandar aquele eletrodoméstico para o seu devido lugar. Argumentei que (e agora sei que há vários precedentes judiciais em meu suporte), por se tratarem de produtos não perecíveis e nem biodegradáveis (pelo contrário: são bio-degradantes) o fabricante deve ser integralmente responsável pelo destino do lixo que produz, e isso inclui a geladeira que tinha ido parar na minha cozinha. Estava, francamente, a fim de avacalhar - e, de quebra, defender o meio ambiente. Na minha fúria delirante, imaginava um guincho do Darcy Pacheco soltando aquela geladeira das alturas na calçada da Bosch, ela se espatifando no chão e o Fantástico registrando tudinho...
Porém, nada disso aconteceu. Foi apenas um sonho. Pois, depois de três meses na assistência técnica e alguns emails desaforados, a Bosch me mandou uma geladeira nova. Pois é, me desarmou: fez simplesmente o que tinha de ser feito - suas origens germânicas falaram mais alto. Então, lá está ela novamente, reluzindo na minha cozinha e funcionando - sabe-se lá até quando...
Só que eu não retiro nada do que eu disse. Uma geladeira nova não vai me calar: eu nunca mais compro Bosch, nunca! Um dos sites que eu utilizei para reclamar (www.reclameaqui.com.br) tem várias reclamações contra eletrodomésticos da Bosch, sobretudo geladeiras. Aliás, nunca mais compro nada de valor considerável sem dar uma olhada neste site, que reúne feedbacks sobre os mais variados produtos e serviços. Segundo o reclameaqui, a Bosch é uma empresa 5 estrelas porque sempre dá retorno aos reclamantes, aliás, é uma das empresas líder em dar retornos...
Cá entre nós: - Não seria melhor se a empresa investisse toda essa energia para retornos na qualidade dos produtos ou na agilidade do pós venda? Assim, seria líder em qualidade e em satisfação do consumidor, e não líder em dar uma satisfação aos consumidores insatisfeitos - ou aos furiosos, como eu.
domingo, 21 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Paul McCartney em Porto Alegre. E Daí?!
Não. Não mesmo. Eu não vou no show do Paul McCartney. Acho que umas 30 pessoas me perguntaram se eu iria e ficaram desapontadas quando eu disse que não, com a maior cara de desprezo. Eu tenho cara de quem gosta do Paul McCartney? É obrigatório gostar do Paul McCartney só porque ele vem a Porto Alegre? Parece que sim...
Paul McCartney pode ter influenciado a geração da minha mãe. Ela deve ter tido momentos especiais embalados pelo som dos Beatles ou do Paul. Mas da minha infância e juventude, ele não participou minimamente. Eu era uma adolescente comum, sem qualquer sofisticação. Jogava vôlei no União e minha vida se resumia a isso e ao colégio. E claro, sempre que aconteciam, aos “Atlântida Rock Sul Concerts” - que equivaliam ao que hoje é o Planeta Atlântida.
Vai ver o Paul McCartney fazia a cabeça de adolescentes cultos e viajados. Não era o meu caso. Paul não estava em nenhum dos momentos memoráveis do meu passado. Quando penso nesses momentos, estavam lá a minha deusa Madonna, obviamente o U2, o Legião Urbana –muito Legião—, os Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós e até Os Replicantes. Na festa em que eu dei meu primeiro beijo, só lembro de ter tocado Surfista Calhorda, e eu adorava essa música – como disse, eu não era uma adolescente minimamente sofisticada. Depois, o The Cure, o INXS, o U2 de novo e sempre, The Smiths, Talking Heads...
Nunca, nunquinha sintonizei o rádio para ouvir o Paul McCartney e tampouco os Beatles. Eles tocavam as músicas dos “velhos”. Então, tenho dificuldade de entender toda essa entourage que os porto-alegrenses da minha geração estão compondo por conta da vinda do show McCartney...
...A não ser pelo aspecto provinciano desta cidade. Ir no show do Paul McCartney é a "onda" do momento. Na coluna do Roger Lerina (ZH), personalidades vinham dando seus depoimentos sobre o significado do Paul em suas vidas desde o mês passado. Uma delas disse que Porto Alegre finalmente não é mais uma província porque o Paul McCartney dignou-se em vir até aqui. Quer coisa mais provinciana do que esse comentário?! Depois me digam se Porto Alegre não é provinciana (pode ser a província mais querida e amada do mundo, mas é uma província, e ser provinciano não é necessariamente ruim): no principal jornal da cidade, se faz contagem regressiva para o dia D há semanas. Divulgaram todos os quitutes que serão servidos no camarote VIP, o lugarzinho mágico que vai transformar em celebridade todo mundo que pagar para estar lá. A capa da ZH de sexta-feira tinha uma foto de quase meia página, adivinhem de quem?! Não, não era do Paul McCartney, e sim dos primeiros abobados que foram fazer acampamento na fila para o show, que só acontece hoje, domingo. Puxa vida, se isso é notícia digna de capa de jornal, eu não tenho dúvida: estamos bem no meio da província! As únicas coisas nesta cidade que me fazem duvidar de nossa índole provinciana são o Museu do Iberê Camargo e o Brique da Redenção...
Eu compreendo quem sente pelo Paul o que eu sinto pela Madonna ou pelo U2, e espero que eles sintam a mesma adrenalina que eu senti no show da Madonna e aproveitem a magia que é milhares de pessoas entoando, juntos, a mesma canção. Mas faço questão que compreendam meu desprezo por ele, que é um estranho para mim, independentemente de toda a sua notoriedade. Eu simplesmente não vou no show do Paul McCartney, nem sendo no meu amado Gigante da Beira-Rio.
Este é o blog politicamente incorreto e, para quem acha que eu peguei pesado, um consolo. O castigo vem à galope: na semana que vem, terei que levar meus filhos ao show dos Jonas Brothers, no Gigantinho...
É... Aqui se fala, aqui se paga!
Paul McCartney pode ter influenciado a geração da minha mãe. Ela deve ter tido momentos especiais embalados pelo som dos Beatles ou do Paul. Mas da minha infância e juventude, ele não participou minimamente. Eu era uma adolescente comum, sem qualquer sofisticação. Jogava vôlei no União e minha vida se resumia a isso e ao colégio. E claro, sempre que aconteciam, aos “Atlântida Rock Sul Concerts” - que equivaliam ao que hoje é o Planeta Atlântida.
Vai ver o Paul McCartney fazia a cabeça de adolescentes cultos e viajados. Não era o meu caso. Paul não estava em nenhum dos momentos memoráveis do meu passado. Quando penso nesses momentos, estavam lá a minha deusa Madonna, obviamente o U2, o Legião Urbana –muito Legião—, os Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós e até Os Replicantes. Na festa em que eu dei meu primeiro beijo, só lembro de ter tocado Surfista Calhorda, e eu adorava essa música – como disse, eu não era uma adolescente minimamente sofisticada. Depois, o The Cure, o INXS, o U2 de novo e sempre, The Smiths, Talking Heads...
Nunca, nunquinha sintonizei o rádio para ouvir o Paul McCartney e tampouco os Beatles. Eles tocavam as músicas dos “velhos”. Então, tenho dificuldade de entender toda essa entourage que os porto-alegrenses da minha geração estão compondo por conta da vinda do show McCartney...
...A não ser pelo aspecto provinciano desta cidade. Ir no show do Paul McCartney é a "onda" do momento. Na coluna do Roger Lerina (ZH), personalidades vinham dando seus depoimentos sobre o significado do Paul em suas vidas desde o mês passado. Uma delas disse que Porto Alegre finalmente não é mais uma província porque o Paul McCartney dignou-se em vir até aqui. Quer coisa mais provinciana do que esse comentário?! Depois me digam se Porto Alegre não é provinciana (pode ser a província mais querida e amada do mundo, mas é uma província, e ser provinciano não é necessariamente ruim): no principal jornal da cidade, se faz contagem regressiva para o dia D há semanas. Divulgaram todos os quitutes que serão servidos no camarote VIP, o lugarzinho mágico que vai transformar em celebridade todo mundo que pagar para estar lá. A capa da ZH de sexta-feira tinha uma foto de quase meia página, adivinhem de quem?! Não, não era do Paul McCartney, e sim dos primeiros abobados que foram fazer acampamento na fila para o show, que só acontece hoje, domingo. Puxa vida, se isso é notícia digna de capa de jornal, eu não tenho dúvida: estamos bem no meio da província! As únicas coisas nesta cidade que me fazem duvidar de nossa índole provinciana são o Museu do Iberê Camargo e o Brique da Redenção...
Eu compreendo quem sente pelo Paul o que eu sinto pela Madonna ou pelo U2, e espero que eles sintam a mesma adrenalina que eu senti no show da Madonna e aproveitem a magia que é milhares de pessoas entoando, juntos, a mesma canção. Mas faço questão que compreendam meu desprezo por ele, que é um estranho para mim, independentemente de toda a sua notoriedade. Eu simplesmente não vou no show do Paul McCartney, nem sendo no meu amado Gigante da Beira-Rio.
Este é o blog politicamente incorreto e, para quem acha que eu peguei pesado, um consolo. O castigo vem à galope: na semana que vem, terei que levar meus filhos ao show dos Jonas Brothers, no Gigantinho...
É... Aqui se fala, aqui se paga!
Assinar:
Postagens (Atom)