terça-feira, 10 de agosto de 2010

Política de Cotas Universitárias: A Cota Loira-Burra

Em 5 anos eu quero voltar pra faculdade. É, quero cursar economia na UFRGS. Vai demorar uns 5 anos porque eu não sei se conseguirei aprender química em menos tempo do que isso. E é bom que eu aprenda química, pois vou ter que passar no vestibular e, além disso, química deve ser essencial para entender economia -- só que isso eu nunca entendi porque sempre fui impermeável à química. Alguns amigos já me recomendaram conseguir algum "esquema" lá na UFRGS, afinal, eu já tenho mestrado e doutorado em Direito pela UFRGS, e não há de ser difícil que gente titulada consiga re-ingresso. Não seria o meu caso, primeiro, pois não se trataria de re-ingresso (meu ingresso em graduação deu-se na PUC), e, segundo, eu odeio "esquema". Prefiro ralar para passar no vestibular.
Mas tenho esperança, e não haverá de ser tão difícil passar. Do jeito que as coisas vão, até lá, a política de cotas universitárias deverá ser ampliada para abranger uma cota destinada às loiras-burras. É nessa que eu vou! Me deixem lá, com as minhas coleguinhas oxigenadas e a competição será justa.
Pensando bem, nada mais justo para as loiras do que uma cota loira-burra -- eu mesma defenderia essa tese, baseada nos mesmíssimos argumentos que justificam medidas compensatórias para outros grupos excluídos. Eis aí uma categoria (a das loiras) que, a exemplo de outras, é vítima de uma discriminação histórica. Loiras são motivo de piada, chacota e, até o Gabriel, o Pensador, um cara inteligente pra burro (sem trocadilho), verteu em música a burrice da loiras, corroborando, assim, o preconceito quanto a esse grupo social. E se for comprovado que isso tudo não é preconceito, é conceito mesmo, ou seja, as loiras são mesmo burras, mais razão ainda para promover a sua inclusão social no mundo dos cultos através de um passeio pelo ensino superior. Portanto, as loiras são dignas de uma medida compensatória que erradique o preconceito e as torne mais inteligentes pois, munidas de diploma universitário, ninguém mais poderá discriminá-las pela burrice (kkkkkkkk!). O mundo vai perder um pouco a graça, é verdade, pois as piadas de loiras são ótimas, mas, enfim, para sermos coerentes com as políticas atuais, impõe-se a inclusão das loiras.
Eu espero também, que, assim como as cotas universitárias reservadas para os negros, pardos e índios, o critério para pertencer à cota loira-burra seja o da auto-declaração, assim eu nem precisarei tingir os cabelos para parecer mais loira e nem fazer cara de idiota para parecer burrinha. Bastará assinalar no formulário: (x) loira-burra. Aliás, nós loiras até gostamos de parecer burrinhas, assim vivemos surpreendendo os outros inteligentes. E tudo sem o menor constrangimento, até porque, se alguém é loiro ou não, se é burro ou não, isso é só uma questão de perspectiva. Perguntem aos que se auto-declaram pardos como é que funciona...
Pois é, eis aí uma bandeira. O Brasil está tão engajado na promoção dos excluídos que não pode esquecer do grupo das loiras-burras. Nos incluam em coisa mais séria, não só em baladas e comerciais de cerveja! Afinal, este é um país de tolos, digo, de todos.


Ao leitor desavisado: qualquer  política de cotas universitárias, cujo critério de acesso ao ensino superior não seja o meritório, é inconstitucional. Outro dia falaremos sobre isso. 

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