quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Yves Hublet - Último Herói Nacional

Ontem, 3 de agosto, morreu o último herói nacional. Sua morte deu-se em circunstâncias absolutamente suspeitas (os mais curiosos poderão conferir: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=33879).    Antes que ele caia definitivamente no esquecimento, rendo a ele minha última homenagem. Ele era belga de nascimento, mas era um cidadão brasileiro morador da cidade de Curitiba. Já idoso, notabilizou-se por ter desferido as famosas bengaladas no José Dirceu. Por isso tornou-se, no meu imaginário, um herói nacional: aquele que fez o que todo mundo gostaria de fazer.
Eu creio que nada justifica a violência. Exceto o José Dirceu e a entourage do episódio, pois as bengaladas ocorreram no auge da crise do mensalão (http://www.youtube.com/watch?v=yV81wDaNfIE). Pois eu aposto que o Sr. Hublet tinha votado no PT. Para ter tanta raiva, tinha que estar muito frustrado. Tinha apostado que tudo ia mudar, que o Brasil ia crescer, que os idosos e os pobres seriam retirados do limbo, que todos teríamos um final feliz e que a moralidade seria restabelecida no país, afinal de contas, foi o PT quem inventou a ética e a moralidade (sim, esqueçam Aristóteles, Kant, o negócio é o PT). E aí, primeiro vem a contribuição previdenciária dos inativos, com um descontinho básico na sua aposentadoria, e logo depois, vem à tona o segredinho do sucesso do Executivo no Congresso Nacional: o neoPT pagava pelos votos dos oposicionistas.
Trazendo um pouco de explicação “técnica” ao caso, num Estado de Direito, isto é, um Estado que se sujeita às mesmas leis que lança para o cidadão cumprir, as coisas somente funcionam se essas leis forem efetivamente democráticas. Isso significa que aqueles que são escolhidos para a elaboração das leis, os parlamentares, devem manter-se fiéis aos interesses daqueles que lhes conferiram o poder de votar (nós, o povo). Pois é esta fidelidade que nós devemos cobrar (Hublet o fez via bengala) dos nossos eleitos quando eles, através do voto parlamentar, escolhem os caminhos a serem seguidos pela sociedade, caminhos que são traçados pelas leis. 
Votar uma lei por dinheiro – e o desgraçado, para ser parlamentar, já recebe um salário vinte vezes maior que a media dos salários na iniciativa privada e mais um monte de privilégios – contraria toda a lógica democrática, fazendo prevalecer os interesses (digamos assim) minoritários. Haja bengala.
O caso do mensalão aguarda julgamento no STF. Está com o Ministro Joaquim Barbosa. Se ele julgar esse negócio, eu mesma o perdoarei por todas as outras bobagens que ele anda fazendo no Supremo. Se não julgar, espero que algum herói esteja com a bengala em punho em Brasília.

2 comentários:

  1. Yves Hublet, JÁ VAI TARDE, MENOS UM FILHO DA PUTA QUE NÃO RESPEITOU NEM A VELHICE, QUANDO PESSOAS NORMAIS ADQUIREM MAIS SABEDORIA, DEVIA TER IDO PARA A VALA A MAIS TEMPO, FICO FELIZ POR ESSE ESTRUME ESTEJA ADUBANDO A TERRA, FUNÇÃO POÉTICA QUE ELE NÃO MERECIA DEVIA SER CREMADO! FODA-SE HUBLET...

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  2. Nossa, quanta elegância! Como sou contra a censura e plenamente a favor da liberdade de expressão, manterei o comentário acima que, corajosamente, foi enviado por um anônimo...

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